UNIDADE 2 –
REFLEXÕES COMPARATIVAS
Após análise do quanto minha escola está preparada ou adequada para atender alunos com necessidades educativas especiais,através do estudo das leis e normas que regem a educação escpecial cheguei as seguintes conclusões:
Garantido tanto pela LDBE – 96 como pela Resolução CNE/CEB – 2001 o serviço especializado é existente na escola,através da Sala de Recursos,mesmo os alunos com necessidades educacionais especiais freqüentando a aula comum.Tem-se consciência da garantia em Lei de se poder fazer um currículo que contemple inclusive avaliações específicas para esses alunos,com métodos e técnicas de ensino apropriadas,porém, efetivamente isso não acontece.Os alunos freqüentando a classe comum são atendidos como os demais alunos e também assim avaliados.Esse ano percebo um grande avanço nesse sentido,no meu ponto de vista isso aconteceu porque a professora da SIR estava envolvida com o projeto “Mais educação” no ano passado,assim que chegou à escola.Esse ano tendo mais tempo e disponibilidade tem-se dedicado ao auxílio das professoras das séries iniciais no sentido de construir esses mecanismos de apoio aos alunos,já que na escola por exemplo, temos uma turma com 19 alunos onde 12 foram diagnosticados (mesmo sem laudo médico) como especiais,já não estando distribuídos nas turmas e sim aglomerados na mesma sala .Também o caso de um aluno que coloquei nesse dossiê,o Gustavo,na quarta série e após várias repetências,que esse ano foi encaminhado ao COPA,serviço de atendimento especializado.Esse é um dos órgãos que oferece educação especial para o trabalho, visando a sua efetiva integração na vida em sociedade, inclusive condições adequadas para os que não revelarem capacidade de inserção no trabalho competitivo, mediante articulação com os órgãos oficiais afins, bem como para aqueles que apresentam uma habilidade superior nas áreas artística,intelectual ou psicomotora;assim como o CAZON.Em conversa cotidiana com os colegas,posso concluir que não se sentem capacitados para a integração desses educandos nas classes comuns,pelo contrário,sofrem a angústia de não saber o que fazer ou como agir,mas também não procuram fazer uso dos direitos assegurados na Leis.A matrícula é garantida aos alunos com necessidades educacionais especiais e isso realmente acontece na escola,até porque as vagas são via SEC,assim já chegam com a freqüência garantida.Realmente fica a critério da escola organizar-se para atender esses alunos,o que não acontece naturalmente.Essa organização tem sido lenta,posso dizer isso porque estou nessa escola há quinze anos e só agora vejo alguma atitude em prol dos alunos com necessidades especiais,mas principalmente de tanto os professores pedirem auxílio e reclamarem.Tem-se na escola também uma Sala de Altas Habilidades,que desenvolve um trabalho maravilhoso,porém não era muito bem aceita até então porque os professores consideram mais necessário o atendimento aos alunos com dificuldades de aprendizagem,que é em número muito maior,como já foi citado chegando às vezes a ser a maioria da turma.Então mesmo correndo riscos essa sala é utilizada para auxiliar nos desvios de comportamento também ,o que na escola acontece em grande proporção,principalmente na questão da violência.Não se vê o apoio dos órgãos estaduais,nem municipais de saúde que deveriam por Lei estar dando assistência.Nos órgãos relacionados à saúde é muito difícil conseguir atendimento,nos postos de saúde,nos hospitais públicos os pais reclamam da demora e da espera por uma simples ficha muitas vezes de triagem.
A escola não tem alunos com deficiência mental ou com graves deficiências múltiplas,nem com necessidades especiais físicas.Não sei se por não haver no entorno ou por ignorância dos pais em seus direitos à escola.Mas a escola possui rampas de acesso nas passarelas,na entrada e nos banheiros e alguns desses são adaptados.Nosso Projeto Pedagógico contempla adaptações no currículo necessárias e previstas em lei para atender aos alunos com necessidades educacionais especiais,mas essas adaptações não existem na prática.Ficam os alunos em meio à classe regular homogeneizados,muitos à margem do que está acontecendo sem proveito algum em termos de aprendizagem,muitas vezes nem de inclusão,já que até as avaliações são uniformizadas.
É garantido aos professores que já estão exercendo o magistério oportunidades de formação continuada, inclusive em nível de especialização,mas se até uma simples falta justificada agora é estornada em percentual de nosso vale refeição os professores ficam cada vez mais desmotivados a fazerem essas especializações.Na minha escola,sinto até em relação a esse curso (PEAD) que estou fazendo, uma falta de apoio e até de incentivo,que é um curso superior e que deveria ser visto como um reforço à parte pedagógica da escola,que dirá outros cursos.Não consigo nem utilizar o computador da escola que tem acesso a internet muito menos uma saída mais cedo para alguma aula ou pesquisa.Das colegas das séries iniciais que são um total de sete,quatro tem formação em pedagogia e eu que estou cursando.Temos também a professora da já citada Sala de Recursos que tem diversas especializações na área da educação especial.
O que percebo na escola é que realmente faz falta às colegas apropriarem-se das leis e usa-las como recurso para melhor atender os alunos com necessidades especiais.
Cara Simone,
ResponderExcluirExcelentes reflexões que evidenciam apropriação das leituras da interdisciplina. Você faz constatações relevantes sobre sua prática que podem ser ampliadas e significativas para muitos de seus colegas.
Bom trabalho!
Abçs,
Daniela