sexta-feira, 22 de maio de 2009


MEU QUERIDO GUSTAVO...


Gustavo tem 16 anos.Ele mora com os pais biológicos e mais três irmãos.
O pai trabalha com o irmão mais velho como montador de janelas.A mãe faz faxina nas casas sem vínculo trabalhista.Ele é o terceiro filho,e os outros dois são mais novos que ele.A família tem uma condição econômica considerada de baixa renda,vivendo com dificuldades.A mãe até pouco tempo não conseguia aceitar que Gustavo tinha necessidades educacionais especiais e assim resolvia o “problema” trocando o menino de escola...

ESTUDO DE CASO

UNIDADE 4
ESTUDO DE CASO – O que é
Este estudo consiste na realização de uma pesquisa, com um sujeito com necessidades educacionais especiais através de registro escrito em forma de relato .A cada semana estarei acrescentando dados/informações novos/as relativos aos aspectos trabalhados em cada Unidade através das leituras e produções realizadas durante esta interdisciplina .
Assim lhes apresento Gustavo...


UNIDADE 3

SERVIÇOS ESPECIALIZADOS ,PARTE 2



A discussão sobre a terminologia a ser empregada para denominar os alunos com necessidades educacionais especiais é importante e perpassa os documentos legais que tratam do assunto.É importante porque facilitará o trabalho para a inclusão desses alunos,auxiliando no direcionamento comum de esforços ao se definir quem realmente precisa de atendimento especializado.
Outra atitude valiosa é o estudo de como e de quais modificações e/ou ajustes é passível o currículo escolar para melhorar a educação especial.
A bem da verdade a educação especial está presente nas políticas públicas relacionadas á educação,mas de fato ainda está longe de ser algo concreto.Conheço escolas que inclusive tem cadeirantes e não tem ainda acesso para eles.A verba que é repassada a uma dessas escolas é de trezentos reais (segundo a diretora) e mal dá para a merenda.Os professores precisam compreender que a preparação para melhorar a inclusão dos alunos com necessidades especiais parte deles (de nós) mesmos e não está mais restrita á algum profissional específico ou mais “qualificado” para a função.
O acesso sob forma de matrícula está garantido e acontece realmente,o que ainda falta é melhor preparo das escolas para proporcionar aos alunos com necessidades educacionais especiais que se sintam inseridos,participantes e possam desenvolver plenamente suas capacidades.
A verba que vem do governo federal, por exemplo,na minha escola é utilizada para projetos que visam a maior aprovação e também a permanência dos alunos em turno integral na escola.Enquanto isso as salas de aula regulares vão dia após dia sofrendo com a pressão em que convivem alunos e professores.Os alunos por serem evidentemente excluídos,quer no trato, quer no aprendizado e os professores por não terem apoio nem condições de trabalharem para incluir os alunos com necessidades.Assim cotidianamente vivem uma rotina de inadequação e insatisfação,pois não tem condições para vivenciar o contrário.
Mas como destinar uma verba maior ou específica porcentagem desta para a melhoria das condições de permanência se não existem dados que comprovem o número expressivo de alunos com necessidades educacionais especiais nas escolas,pois não é feito um levantamento das matrículas desses alunos.Aqui volto ao tema inicial,a discussão acerca de quem pode ser considerado como aluno com necessidades educacionais especiais,no que as escolas ainda não o fazem,talvez por ser algo que cause polêmica e que não esteja bem definido,já que as próprias leis e documentos sobre a educação especial ainda usem termos diferentes ou sem uma adequada definição.
Penso que a escola que está adequada para ser inclusiva precisa ter como objetivo justamente a não exclusão,a não valorização das limitações mas sim a valorização das potencialidades,de forma a promover uma convivência solidária e que promova crescimento de todos os alunos.
Assim também,as salas de recursos devem funcionar em turno inverso ao da turma regular para que os alunos que a freqüentarem possam participar das duas.
Na minha escola por exemplo,devido ao número pequeno de alunos considerados com necessidades educacionais especiais,a professora da sala recebe alunos de outra escola estadual próxima.Aqui entra a questão novamente da nomenclatura,porque temos tão poucos alunos na SIR de nossa escola se os professores afirmam terem bem mais nas salas regulares.Quem pode ser considerado com necessidades especiais,e que necessidades são essas.Um dos documentos apresentado para leitura usa o termo deficiência para tratar das possíveis necessidades apresentáveis pelos alunos ( surdez,mental,cegueira,etc).Penso que falta tratarmos aqui dos alunos que tem necessidades educacionais especiais devido à diversos tipos de violências que sofrem,às condições de vida,entre outras.Afinal a aprendizagem é uma construção que envolve o sujeito e o meio,não depende só de estar em condições consideradas “normais” ou sem “deficiências” para achar que se pode promover aprendizado sem levar em consideração esses fatores.

“Atendimento educacional especializado são serviços prestados pela educação especial para atender às necessidades especiais de alunos.”
UNIDADE 3

SERVIÇOS ESPECIALIZADOS- I parte




Nessa unidade vou colocar referências aos serviços especializados em nosso Estado em uma reflexão de como e quando estão sendo oferecidos.Nessa proposta achei interessante anexar um resumo do Fórum pela Inclusão Escolar,que aconteceu no ano de 2008.Procurando na biblioteca de minha escola algum material que pudesse me auxiliar na compreensão dos assuntos propostos nessa interdisciplina,encontrei um livro que foi enviado pela coordenação desse fórum e que contém entre os assuntos abordados,um capítulo referente aos serviços especializados oferecidos e/ou necessários para a inclusão real dos alunos com necessidades educacionais especiais.Conhecendo os debates desse fórum,pude ainda fazer um melhor cruzamento dos dados apresentados entre a história da educação especial e os serviços especializados que hoje são oferecidos,por que já havia estudado esses assuntos nas unidades anteriores.
O livro foi elaborado a partir do Ciclo de Debates Inclusão Escolar:práticas e teorias,ciclo esse realizado em 2008 em Porto Alegre,no qual são apresentadas as tentativas de nossa cidade em avançar na inclusão escolar.Foram criados espaços como os Laboratórios de Aprendizagem,as salas de Recurso,as Turmas de progressão,o sistema de ensino por ciclos,todos aplicações na tentativa de constituir uma escola verdadeiramente inclusiva.Quando o município se articulava nesse propósito o MEC propôs transformar as escolas especiais em centros de atendimento .Aí foi de suma importância à atuação da comunidade escolar envolvida na inclusão,através da realização de muitos encontros,passeatas,documentos e outras formas de contestação onde conseguiram reverter a proposta do MEC e retirar de seu texto de políticas para a educação especial a transformação das escolas em centros.Pelo que entendi foi a partir daí,que sentindo a necessidade de unir forças,de criar elos surgiu o Fórum Municipal pela Inclusão Escolar,onde se discute o tema gerador e se troca experiências em busca de políticas que causem melhoria da inclusão nas escolas do município .O primeiro Fórum aconteceu ano passado,2008 com a participação de diferentes instituições e pessoas e após um Ciclo de Debates sobre a inclusão escolar.esse Fórum é composto pela Comissão de Educação,Cultura,Esporte e Juventude da Câmara Municipal de porto Alegre (CECE),SMED,1ª CRE ,Associação de Trabalhadores em Educação (ATEMPA),Conselho Municipal dos Direitos das Pessoas com Deficiência,representantes da Sala de Integração e Recursos (SIRs) da SMED,dos professores e pais dos alunos de Escolas Especiais.
São ações do Fórum pela Inclusão Escolar:reuniões mensais;organização do Ciclo de Debates e Encontro de Pais;propor,sistematizar e encaminhar as deliberações coletivas surgidas nos diferentes espaços de discussão.O Ciclo de Debates tem como proposição o diálogo e o aprofundamento teórico a respeito do inclusão de alunos com deficiência nas Escolas Regulares e Especiais.
Com o tema: Inclusão Escolar –Práticas e Teorias, o Ciclo se constituiu num conjunto de relatos de experiências ,considerações teóricas e debates entre os relatores e o público,num total de cinco encontros ao longo deste ano,todos sobre os desafios propostos pela Inclusão Escolar.
Forma feitos os seguintes relatos ,nessa ordem:
De professores que atum nas Salas de Integração e Recursos do Município de Porto Alegre e da Escola Regular,apontando as conquistas e dificuldades encontradas nesse processo.
Da Educação Infantil e da EJA também implicados com a inclusão escolar.
Das assessorias da SMED apresentando um pouco da trajetória e organização institucional.
As Escolas Especiais do Município,a Escola Bilíngüe e um representante do segmento de pais contribuíram com seus relatos,experiências e considerações sobre suas trajetórias ,alternativas e desafios para acolher e garantir atendimento aos seus alunos.
Os professores das Universidades contribuíram teoricamente aceitando o desafio de dialogar com os profissionais das diversas escolas ,suas famílias e todos os interessados.
Todos os relatos foram acompanhados por uma reflexão teórica proposta por um debatedor convidado.
Continua...

“Desta forma fazemos um registro de um marco importante na história da educação em nossa cidade,pautados na ação e reflexão de práticas pedagógicas que fazem da diferença pontos de partida para a construção do conhecimento.” Rejane Caspani Dubois (coordenadora do Fórum pela Inclusão Escolar)




Referência bibliográfica:
Inclusão Escolar:práticas e teorias / organizadoras Isabel Letícia Medeiros,Salete Campos de Moraes & Magali Dias e Souza – Porto Alegre:Redes Editora,2008.
UNIDADE 2 –

REFLEXÕES COMPARATIVAS



Após análise do quanto minha escola está preparada ou adequada para atender alunos com necessidades educativas especiais,através do estudo das leis e normas que regem a educação escpecial cheguei as seguintes conclusões:
Garantido tanto pela LDBE – 96 como pela Resolução CNE/CEB – 2001 o serviço especializado é existente na escola,através da Sala de Recursos,mesmo os alunos com necessidades educacionais especiais freqüentando a aula comum.Tem-se consciência da garantia em Lei de se poder fazer um currículo que contemple inclusive avaliações específicas para esses alunos,com métodos e técnicas de ensino apropriadas,porém, efetivamente isso não acontece.Os alunos freqüentando a classe comum são atendidos como os demais alunos e também assim avaliados.Esse ano percebo um grande avanço nesse sentido,no meu ponto de vista isso aconteceu porque a professora da SIR estava envolvida com o projeto “Mais educação” no ano passado,assim que chegou à escola.Esse ano tendo mais tempo e disponibilidade tem-se dedicado ao auxílio das professoras das séries iniciais no sentido de construir esses mecanismos de apoio aos alunos,já que na escola por exemplo, temos uma turma com 19 alunos onde 12 foram diagnosticados (mesmo sem laudo médico) como especiais,já não estando distribuídos nas turmas e sim aglomerados na mesma sala .Também o caso de um aluno que coloquei nesse dossiê,o Gustavo,na quarta série e após várias repetências,que esse ano foi encaminhado ao COPA,serviço de atendimento especializado.Esse é um dos órgãos que oferece educação especial para o trabalho, visando a sua efetiva integração na vida em sociedade, inclusive condições adequadas para os que não revelarem capacidade de inserção no trabalho competitivo, mediante articulação com os órgãos oficiais afins, bem como para aqueles que apresentam uma habilidade superior nas áreas artística,intelectual ou psicomotora;assim como o CAZON.Em conversa cotidiana com os colegas,posso concluir que não se sentem capacitados para a integração desses educandos nas classes comuns,pelo contrário,sofrem a angústia de não saber o que fazer ou como agir,mas também não procuram fazer uso dos direitos assegurados na Leis.A matrícula é garantida aos alunos com necessidades educacionais especiais e isso realmente acontece na escola,até porque as vagas são via SEC,assim já chegam com a freqüência garantida.Realmente fica a critério da escola organizar-se para atender esses alunos,o que não acontece naturalmente.Essa organização tem sido lenta,posso dizer isso porque estou nessa escola há quinze anos e só agora vejo alguma atitude em prol dos alunos com necessidades especiais,mas principalmente de tanto os professores pedirem auxílio e reclamarem.Tem-se na escola também uma Sala de Altas Habilidades,que desenvolve um trabalho maravilhoso,porém não era muito bem aceita até então porque os professores consideram mais necessário o atendimento aos alunos com dificuldades de aprendizagem,que é em número muito maior,como já foi citado chegando às vezes a ser a maioria da turma.Então mesmo correndo riscos essa sala é utilizada para auxiliar nos desvios de comportamento também ,o que na escola acontece em grande proporção,principalmente na questão da violência.Não se vê o apoio dos órgãos estaduais,nem municipais de saúde que deveriam por Lei estar dando assistência.Nos órgãos relacionados à saúde é muito difícil conseguir atendimento,nos postos de saúde,nos hospitais públicos os pais reclamam da demora e da espera por uma simples ficha muitas vezes de triagem.
A escola não tem alunos com deficiência mental ou com graves deficiências múltiplas,nem com necessidades especiais físicas.Não sei se por não haver no entorno ou por ignorância dos pais em seus direitos à escola.Mas a escola possui rampas de acesso nas passarelas,na entrada e nos banheiros e alguns desses são adaptados.Nosso Projeto Pedagógico contempla adaptações no currículo necessárias e previstas em lei para atender aos alunos com necessidades educacionais especiais,mas essas adaptações não existem na prática.Ficam os alunos em meio à classe regular homogeneizados,muitos à margem do que está acontecendo sem proveito algum em termos de aprendizagem,muitas vezes nem de inclusão,já que até as avaliações são uniformizadas.
É garantido aos professores que já estão exercendo o magistério oportunidades de formação continuada, inclusive em nível de especialização,mas se até uma simples falta justificada agora é estornada em percentual de nosso vale refeição os professores ficam cada vez mais desmotivados a fazerem essas especializações.Na minha escola,sinto até em relação a esse curso (PEAD) que estou fazendo, uma falta de apoio e até de incentivo,que é um curso superior e que deveria ser visto como um reforço à parte pedagógica da escola,que dirá outros cursos.Não consigo nem utilizar o computador da escola que tem acesso a internet muito menos uma saída mais cedo para alguma aula ou pesquisa.Das colegas das séries iniciais que são um total de sete,quatro tem formação em pedagogia e eu que estou cursando.Temos também a professora da já citada Sala de Recursos que tem diversas especializações na área da educação especial.
O que percebo na escola é que realmente faz falta às colegas apropriarem-se das leis e usa-las como recurso para melhor atender os alunos com necessidades especiais.
UNIDADE 2

MINHA ESCOLA E A REDE DE ENSINO PERANTE AS LEIS PARA INCLUSÃO




Informações sobre a minha escola:
Escola Estadual de Ensino Fundamental Ana Neri
Total de alunos : 511
Atendimento nos turnos diurno e EJA/noturno
Total de docentes : 39
Total de funcionários : 5


Etapas de escolarização:A Escola está em transição do ensino fundamental em oito anos por séries para o ensino fundamental em nove anos,por ano.Contempla também o ensino de EJA.

Salas de apoio:
Sala De Altas Habilidades
Sala de Integração e Recursos (SIR)

A SIR atende 19 alunos da educação especial da própria escola e mais quatro de outra escola.Além desses existem de outras escolas dezoito alunos que estão em processo de avaliação.Esse atendimento é garantido pelo parecer 56 do CNE.
Em geral são alunos com deficiências mentais leves ou transtornos globais de desenvolvimento.A maioria tem no mínimo três repetências em cada série e está acima da idade regular.Existem alunos na escola que a professora da SIR considera necessitarem da sala mas não querem participar e os pais não tomam nenhuma atitude a esse respeito.Também há casos em que os professores não encaminham seus alunos com necessidades educacionais especiais e quando recebem algum criticam a professora anterior por tê-lo aprovado.
Freqüentam a SIR duas vezes por semana e tem seu currículo adaptado bem como avaliação em forma de parecer conforme está previsto em lei.
O atendimento é feito em turno inverso ao da aula regular e objetiva auxiliar na compreensão da aprendizagem,adaptando aos limites dos alunos e trabalhando com suas capacidades.
A Sala de Altas Habilidades atende cada aluno uma vez por semana também em turno inverso.Há uma média de quarenta alunos inscritos para avaliação e vinte três freqüentando a sala.A professora de sala regular ao perceber que o aluno se destaca em alguma área (intelectual,artístico,motora,comunicação,etc) encaminha para a sala para uma avaliaçóo/diagnóstico,onde se define se essa é uma alta habilidade.
O tipo de atendimento que a sala oferece não tem sido só para superdotados,.As crianças de nossa escola são inquietas e se adaptam melhor com atividades em movimento,por isso a professora escolheu como carro chefe o teatro em todas as suas nuances e possibilidades.Mas trabalha também com pintura,colagem,elaboração de textos,poesia,músicas,danças,expressão corporal,conjuntamente com atividades para trabalhar valores relacionados à expressão de sentimentos.A professora dessa sala avalia ainda,que na escola pode haver muitas crianças bem dotadas ,mas que elas estão “adormecidas”,em função do meio social,dificuldades emocionais,questões alimentares,o que dificulta o diagnóstico.Os problemas familiares dificultam também a participação.mesmo assim é feito um trabalho que visa estimular a inteligência,a sensibilidade e a criatividade.


quarta-feira, 20 de maio de 2009

Unidade 1 - História da educação especial

1 - HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO ESPECIAL



Nessa unidade através das reflexões após as leituras sobre a história da educação especial,pude resgatar o que tenho vivenciado nesses quinze anos de magistério em relação aos alunos com necessidades educacionais especiais.Coloquei alguns links que facilitarão a compreensão de algumas siglas utilizadas e também poderão levar ao conhecimento de serviços oferecidos na área da inclusão.
Quando entrei na escola ainda existiam as classes especiais,lembro até o nome da professora,Marilene.Era 1994.Os alunos recebiam atenção e atendimento específico para aprendizagem de alunos com necessidades especiais pelo menos no campo mental.A professora tinha especializações no atendimento desses alunos e o fazia com tanta dedicação e amor que era um prazer observá-los e dessa forma ficou muito nítido na minha memória.Todos se sentiam bem na turma e apresentavam aprendizagens novas dentro de suas capacidades,mesmo sendo considerada uma educação à parte.Com a LDB em 96, aos poucos presenciei também a extinção dessa classe e assim os alunos com necessidades educativas especiais foram incluídos nas salas de aula dos ditos “normais”.
Um caso que lembro bem,pois encontro o rapaz diariamente na ida para a escola,é de um aluno ,Christian,que passou vários anos em séries,repetindo-as conseqüentemente.Até que com 18 anos ,já pela quarta vez na quarta série,foi encaminhado pela mãe ao CAZON,onde finalmente pode sentir-se realmente aceito e obteve novas aprendizagens.
Os professores realmente não acreditam e muito menos se sentem preparados para lidar com esses alunos que até então não atendiam.Porém cada vez mais temos alunos com necessidades especiais nas salas,e mais e mais pais que não aceitam e não procuram ajuda especializada,não tendo nem um laudo que especifique o tipo de necessidade que seus filhos apresentam.
Esse ano recebi,só na minha sala de quarta série,pela terceira vez,fora às vezes que passou pelas outras colegas da série,um aluno ,Gustavo,que iniciou em nossa escola na primeira série.Já lá a professora da época percebeu que ele teria problemas que envolviam necessidades especiais e que precisaria de auxílio mais especializado,médico até.A mãe não aceitou e preferiu colocá-lo em uma escola municipal,ciclada.De lá ele retornou á nossa escola,que sem nenhuma conferência ao encaminhamento,o colocou na quarta série de onde até hoje não saiu.O menino não falava com ninguém,copiava algumas poucas coisas.Após muita insistência minha que presenciei e observei seu sofrimento velado,houve um chamamento pelo Serviço de Orientação da escola à mãe,que o levou para atendimento,somente no ano passado.Acreditando que finalmente ele seria aprovado essa mãe não o levou a nova consulta,perdendo seus direitos garantidos por lei somente mediante laudo,segundo a professora da Sala de Recursos.Quando o recebi no início desse ano letivo,ele não queria de jeito nenhum estudar,muito menos entrar na sala de aula!Isso é inclusão?A mãe queria obrigá-lo.Mais uma vez interferi pois agora a escola conta com a Sala de Recursos e com uma professora altamente gabaritada nessa área.Com ela fui ao Cazon,acreditando ser uma boa opção pelo que presenciei na história do Christian e por nossa conta.Mas devido à idade do menino,quinze anos,não pode ser atendido lá.Não desistimos e com a persistência e engajamento de minha colega,conseguimos encaminhá-lo ao COPA.Aguardamos agora que a mãe compareça a triagem para saber o que acontecerá,mas o menino já está na aula pois ficou muito contente em fazer um curso profissionalizante e com a perspectiva de trabalhar em algum serviço.A mãe?Perguntou se ele vai ganhar alguma bolsa-auxílio...


Aguardem:colocarei links para todas as palavras/expressões linkadas com as devidas explicações!
Abraços

Dossiê da Si - Apresentação

NORMAL É SER DIFERENTE





UNIVERSIDADE FEDERAL O DO RIO GRANDE DO SUL

INTERDISCIPLINA EDUCAÇÃO DE PESSOAS
COM NECESSIDADES EDUCACIONAIS ESPECIAS
- EIXO VI -

Professora DANIELA CORTE REAL



Meu nome é Simone Ribeiro,sou professora da rede estadual de ensino do Rio Grande do Sul,atuando em Porto Alegre.Estou no magistério há quinze anos e trabalho quarenta horas,nos turnos manhã e tarde.Na manhã tenho uma terceira série e na tarde uma quarta série.
Não tenho experiência com turmas exclusivamente de alunos com necessidades educacionais especiais,mas com certeza tenho alguns em minha aula,dita “regular”.Esse dossiê espero,venha suprir duas necessidades que afligem não só a mim,mas aos colegas de minha escola:o pretenso despreparo para trabalhar com a inclusão e a oportunidade de falar dessa aflição.
Penso que todos somos diferentes (graças à Deus),o anormal seria sermos iguais,idênticos e que precisamos aprender a conviver com nossas diferenças,aceitá-las e fazer a nossa parte enquanto educadores,tentando promover a inclusão de todos os alunos ativamente na sociedade.
Me preocupo muito com a inclusão dos alunos com necessidades educativas especiais , principalmente quando os vejo praticamente perdidos no contexto das turmas regulares,sem alcançar objetivo nenhum,nem mesmo o mínimo de sentir-se parte daquele todo.Sempre pensei que não era possível uma situação dessa acontecer sem que se pudesse fazer nada para melhorá-la.Mas sem ter conhecimento dos direitos e leis que asseguram esses direitos,fica bastante difícil contribuir para modificar essa situação .
Com esse dossiê pretendo conhecer a história da educação inclusiva e as modificações acontecidas,comparando a teoria com a realidade ,analisando minha escola,o tanto que ela é e que poderáVisualizar ser inclusiva dentro do que é assegurado aos alunos com necessidades educacionais especiais e como nosso município e o próprio estado tem tratado essa questão,para poder fazer a minha parte.